Santa Casa é uma irmandade criada com a missão de prover assistência aos mais necessitados, dando-lhes sustento, tratamento e abrigo, além de cuidar de bebês abandonados.

Sua origem remonta do final do século XV, em Portugal, graças ao Frei Miguel de Contreras, um espanhol radicado em Lisboa, que teve patrocínio da rainha Dona Leonor, viúva de Dom João II.

A chegada da Santa Casa no Brasil aconteceu no ano de 1543, no povoado de Santos (SP), durante o período colonial. Muitas instituições foram fundadas a partir do domínio espanhol sobre o país, como a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, cuja criação é atribuída ao Padre José de Anchieta.

Surgimento da Santa Casa de Misericórdia no Brasil

A primeira instituição hospitalar no Brasil foi fundada por Braz Cubas e atendia aos enfermos dos navios e os moradores da região.

Após o município do Rio de Janeiro ser fundado, o Padre José de Anchieta instalou a Santa Casa de Misericórdia, na rua Santa Luzia, 206, com o intuito de socorrer os tripulantes que participaram da esquadra espanhola do Almirante Diego Flores de Valdez

A partir daí, outras Santas Casas foram criadas em diversos estados, incluindo entidades com propósito semelhante, como Hospitais Filantrópicos de comunidade Sírio-Libanesa, Judaica ou ligadas às religiões, e Beneficências Portuguesas.

As 5 primeiras Santas Casas brasileiras

  • Santa Casa de Misericórdia de Olinda – PE (1539)
  • Santa Casa da Misericórdia de Santos – SP (1543)
  • Santa Casa de Misericórdia de Salvador – BA (1549)
  • Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro – RJ (1582)
  • Santa Casa de Misericórdia de Vitória – ES (1551)

É importante destacar que, entre meados do século XVIII a 1837, a natureza das Santas Casas era caridosa. Já a partir de 1838 a 1940, atitudes filantrópicas fizeram parte dessas Irmandades.

Isso aconteceu porque existia uma preocupação com o destino das pessoas que eram recolhidas e, conseguintemente, com a sociedade em geral. Por essa razão, orientar e aconselhar os recolhidos, tornando suas existências úteis, contribuíam para promover a família e a sociedade. Esse amor à humanidade é, portanto, o princípio da filantropia, difundida pela Santa Casa.

Como são mantidas as Santas Casas?

Como trata-se de instituições sem fins lucrativos, as Santas Casas no Brasil sobrevivem de doações, tanto para suas instalações quanto para o sustento da casa, além da força de vontade de seus dirigentes.

Para acompanhar o progresso na saúde, as Santas Casas passam a ser uma empresa, conveniada ao SUS (Sistema Único de Saúde), preocupando-se não só em buscar receitas alternativas para cobrir os custos como também se esforçar para atender sempre de forma eficiente os pacientes.

Essas receitas alternativas incluem convênios com instituições privadas e a criação de planos de saúde da própria Casa, devido ao fato de que os valores repassados pelo SUS não cobrem nem metade dos custos dos procedimentos hospitalares.

Apesar das dificuldades financeiras, da primeira Santa Casa no Brasil até os dias de hoje, o número de instituições de saúde soma-se mais de 2 mil em todo o país.

Portanto, toda Santa Casa tem o objetivo de assistir os enfermos, amparar as crianças e os idosos. Porém, para se manter firme em seus propósitos, investem em qualidade de atendimento, estrutura e formação de profissionais, com cursos de Medicina e Enfermagem, e residência médica.